Porsche 911

 

Motores a ar (1964–1998)

[editar]911 Series (1964–1989)

O 911 foi designado como um substituto muito mais potente, maior e mais confortável para o Porsche 356, o primeiro modelo da firma e, essencialmente, uma evolução do Volkswagen Fusca. O novo carro foi apresentado ao público noInternationale Automobil-Ausstellung de 1963, mais conhecido aos falantes da língua portuguesa como Salão Internacional de Frankfurt.

Ele foi designado "Porsche 901" (901 sendo o número interno do projeto). A Peugeot protestou baseada no fato de que eles tinham o registro de todos os nomes de carros consistindo de dois números com um zero entre eles. Logo, antes do início da produção, o novo Porsche teve seu nome alterado para 911. Começou a ser vendido em 1964.

[editar]911 2.0-litros / Séries O, A e B (1964–1969)

Os modelos mais antigos do 911 possuíam um motor de seis cilindros e 130 PS1 (96 kW), na configuração "Boxer" como o 356, refrigerado a ar e montado na traseira, com 1991 cc comparados ao 1600 cc quatro cilindros do 356. O carro possuía quatro lugares, embora os assentos traseiros fossem bem pequenos – o carro é geralmente considerado um 2+2 ao invés de um quatro lugares, assim como o 356. Era equipado com uma transmissão manual de cinco marchas, "Type 901". O estilo foi obra principalmente de Ferdinand "Butzi" Porsche, filho de Ferdinand "Ferry" Porsche. Erwin Komenda, o encarregado do departamento de carrocerias da Porsche, também esteve envolvido no projeto, embora sua morte repentina tenha limitado suas contribuições.

O 356 chegou ao fim da linha em 1965, mas ainda havia mercado para um Porsche 4 cilindros, sobretudo nos EUA. O Porsche 912, lançado no mesmo ano, serviu como um substituto direto. Ele usava o motor 4 cilindros, 1600 cc 90 PS (66 kW) do 356, com a carroceria do 911.

Em 1966 a Porsche introduziu o mais potente 911S, a força do motor aumentada para 160 PS (118 kW). Rodas de liga da Fuchs, em um distinto padrão de 5 folhas, foram oferecidas pela primeira vez. Nas competições, instalado nosPorsche 904 e Porsche 906 de motor central, o motor foi levado a 210 PS (154 kW).

Em 1967 a versão Targa foi lançada. O Targa possuía um painel removível no lugar do teto, uma janela de plástico também removível (embora uma versão de vidro, fixa, tenha sido disponibilizada a partir de 1968), e um sant antônio de açofixo. A Porsche havia pensado, em dado momento, que os conversíveis totalmente abertos fossem ser proibidos nos EUA, um importante Mercado para a Porsche, e introduziram o Targa como uma versão "reserva". O nome "Targa" vem da corrida de rua Targa Florio na Sicília, na qual a Porsche teve sucesso notável: vitórias em 1956, 1959, 1960, 1963, 1964, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970 e 1973.

O modelo 911T de 110 PS (81 kW) foi também lançado em 1967 e substituiu o 912. O modelo de 130 PS (96 kW) foi renomeado 911L. Com um apelo esportivo ainda maior, o 911R foi produzido em série limitada (20 ao todo). Foi uma versão mais leve direcionada às corridas, com portas de alumínio, bloco do motor em magnésio, e 210 PS (154 kW).

Em 1968 a série B foi introduzida, e o entre-eixos foi alongado de 2211 mm para 2268 mm, uma solução efetiva para o comportamento nervoso da direção. O tamanho total do carro não mudou: ao invés, as rodas traseiras foram deslocadas para trás. Injeção eletrônica passou a ser oferecida no modelo 911S e no 911E, um novo modelo intermediário. Foi também adicionado à linha um modelo semi-automático Sportomatic [1], composto de um conversor de torque, uma embreagem automática e uma transmissão de quatro velocidades.

[editar]911 2.2-litros / Série C e D (1970–1971)

Para a linha 1970 os motores de todos os 911 passaram a ter 2195 cc. As potências passaram a 125 PS (92 kW) no 911T, 155 PS (114 kW) no 911E, e 180 PS (118 kW) no 911S. O 912 foi descontinuado com a introdução do Porsche 914como modelo de entrada.

O 911E de 2.2 L foi chamado de "Arma secreta de Zuffenhausen". Apesar da pouca potência do 911E (155 PS) comparado ao 911S (180 PS), o 911E era mais rápido na aceleração de 0 a 160 km

[editar]911 2.4-litros / Séries E e F (1972–1973)

Os modelos 1972–1973 consistiam dos mesmos modelos – o mais barato T, o modelo E e o top de linha S. Entretanto, todos os modelos receberam um motor maior de 2341 cc/142 in³. Este modelo, embora conhecido como "2.4 L", estava mais próximo da designação 2.3— mas isto não enfatizaria tão bem a melhoria com relação ao 2.2. As potências passaram para 130 PS (96 kW), ou 140 hp (104 kW) nos EUA, para o modelo T, 165 PS (121 kW) para o E e 190 PS (140 kW) para o S.

O 911E e 911S usavam injeção de combustível mecânica (MFI) em todos os mercados. O 911T era carburado, exceto nos EUA, onde também usavam MFI, que explica a diferença de 7 kW de força entre a versão européia e americana. Em janeiro de 1973, os 911T americanos passaram a usar a nova injeção K-Jetronic CIS (Continuous Fuel Injection) da Bosch. Estes automóveis são comumente referidos como modelos 1973.5.

Com o aumento de potência e torque, os carros de 2,4L também ganharam caixas de marchas mais fortes, identificadas internamente pelo código Typ 915. Derivadas da transmissão utilizada no Porsche 908 das pistas de corrida, a Typ 915 acabou com o estilo "perna de cachorro" da 1° marcha da transmissão Typ 901/911, optando pelo arranjo mais tradicional em "H", com a primeira marcha à esquerda, segunda abaixo da primeira, etc. Alguns dizem que é porquê o arranjo antigo era inconveniente para dirigir na cidade, outros dizem que é porque a Porsche desejava colocar a quinta marcha fora da carcaça da transmissão, onde ela poderia ser facilmente mudada de uma corrida para outra. A transmissão Sportomatic continuava disponível, mas apenas sob encomenda.

Em 1972 grandes esforços foram feitos para melhorar a dirigibilidade do 911. Uma medida da Porsche foi realocar o tanque de óleo de sua posição atrás da roda direita traseira para frente desta. Com isso, todo o peso de mais de oito litros de óleo saiu de trás do eixo traseiro para o entre - eixos, melhorando a dirigibilidade.

Para facilitar encher o tanque, a Porsche instalou uma portinhola para o filtro de óleo (parecida com a utilizada para dar acesso ao tanque de gasolina) na parte de trás, do lado direito. Esta inovação, entretanto, durou apenas um ano, alguns dizem que por causa de frentistas desatentos, que colocavam gasolina no tanque de óleo.

O tanque de óleo voltou para sua posição original no modelo 1973, e lá permaneceu até ser movido novamente para o entre - eixos, no modelo 964.

Os modelos 911S ganharam um discreto spoiler embaixo de seu para choque dianteiro, para ajudar na estabilidade em alta velocidade. Com o carro pesando apenas 1050 kg, estes são freqüentemente considerados os melhores 911 clássicos de produção. Para as pistas, o 911 ST foi produzido em quantidade reduzida, com motores de 2466 cc ou 2492 cc, produzindo 270 PS (199 kW) à 8000 rpm. O peso foi reduzido para 960 kg. Os carros foram bem sucedidos nas 6 horas de Daytona, as 12 horas de Sebring, os 1000Km de Nurburgring e a Targa Florio.

[editar]911 Carrera RS 2.7 (1972–1974)

Porsche RSR with Gijs van Lennep at the Nürburgring 1974.

Este modelo, muito valorizado por colecionadores, é um dos clássicos imortais da Porsche. Foi construído apenas para atender ao critério de certas competições, que exigiam que um número mínimo de carros "de rua" fossem produzidos. Comparados ao 911S padrão, o Carrera RS possuía um motor maior (2687 cc) desenvolvendo 210 PS (154 kW), suspensão modificada e endurecida, um spoiler traseiro "rabo de pato", freios, rodas e caixas de roda maiores, e cerca de 150 kg mais leve - principalmente devido ao aço mais fino utilizado na carroceria. No total 1636 foram fabricados, confortavelmente excedendo o requerimento de 500 da FIA em sua classe Group 4. Uma versão mais poderosa, a Carrera RS 3.0, também foi produzida. Os carros de 3.0 L utilizavam aço padrão na carroceria, e graças ao aumento de 180 kg, os 20 PS (15 kW) extras não o deram vantagem na performance.

O Carrera RSR 3.0 e o Carrera RSR Turbo (seu motor 2.1 L devido a uma fórmula de equivalência de 1.4x) foram produzidos em pequenos números para as corridas. O carro turbo chegou em segundo nas 24 Horas de Le Mans em 1974, um evento significativo, já que seu motor seria a base das futuras incursões da Porsche nas corridas, e poderiam ser considerados o status do comprometimento da marca com motores turbo. O grande spoiler traseiro e o motor 3.0 turbo seriam utilizados novamente no 911 Turbo de produção e no 934 de corrida.

Para homenagear o Carrera RS, em 2009 a Porsche criou o 911 Sport Classic, que repriza as formas do Carrera RS de 1973.

[editar]911 2.7-litros / séries G, H, I e J (1974–1977)

A partir de 1974 uma versão simplificada do motor 2687 cc do Carrera RS passou a ser utilizada nos carros de produção. Os carros tinham aparência diferente das versões de anos anteriores, graças a grandes para choques na frente e atrás, para se adequar aos requerimentos de impacto em baixa velocidade da lei Americana. O interior também foi melhorado. A linha agora era: 911, 911S e 911 Carrera (o último agora um modelo de produção normal.) O Turbo foi introduzido em 1975 (veja abaixo). Em 1976 o Carrera foi melhorado com um motor que era essencialmente o Turbo de 2992 cc, menos o turbocharger, desenvolvendo 200 PS (147 kW). Os motores 2.7 se mostraram menos confiáveis do que os "a prova de bala" 2.4. Na verdade, o 2.4 L foi expandido em cilindrada sem resfriação adicional, o que causava problemas, sobretudo em regiões mais quentes - onde as diferentes taxas de expansão entre a carcaça do motor de magnésio e as cabeças dos pistões em alumínio causavam problemas graves. Somado a isso, alguns motores acabavam com as presilhas das cabeças dos cilindros acabavam ejetadas da carcaça do motor. O motor 3.0 L do Turbo e do Carrera não utilizavam magnésio, mas alumínio, possibilitando uma taxa de dilatação igual entre pistões e carcaça. A mudança de motores era bem vinda por razões de confiabilidade. Entretanto, a carcaça de alumínio pesava mais do que a de magnésio. Somava-se a isto a mudança de injeção ocorrida nos modelos 1973.5 (da MFI para Bosch K-Jetronic CIS), que variava a pressão do combustível nos injetores dependendo do fluxo de ar. Embora extremamente confiável, ele não permitia o uso de um comando de válvulas "envenenado", como era o caso do sistema MFI ou dos carburadores. Assim, a potência do 911S diminuiu de 190 para 175 PS, apesar do aumento de 2.4 para 2.7L. Entretanto, o motor aumentou a dirigibilidade.

Também produzido para o ano/modelo 1976 do mercado Americano, o 912E utilizava o motor Volkswagen 2.0 4 cilindros e o chassis "I", do Porsche 914. Assim como o 912 produzido até 1969, a carroceria era a mesma dos modelos 911. No total, 2.099 unidades foram produzidas até que o Porsche 924 assumiu a posição do 912, de 1977 em diante.

[editar]Posição frente ao Porsche 928

Embora a Porsche tenha prosseguido com o desenvolvimento do 911, os executivos estavam preocupados com o seu declínio em vendas, e em 1971 os executivos autorizaram o desenvolvimento do Porsche 928. Maior, com um motor V8 montado na frente, consideravelmente mais potente do que o dos 911 da época. Desenhado não apenas para eclipsar o 911 e performance, mas também em conforto e esportividade grand tourer, ao invés de se focar apenas em ser um carro esportivo. O 928 vendeu razoavelmente bem, e conseguiu sobreviver de 1975 até 1995. Ao longo destes 17 anos, apesar de suas vantagens, ele nunca conseguiu superar o 911 em vendas. Adquiriu contudo um bom histórico ns competições.

[editar]911 Turbo (Type 930) (1975–1989)

Em 1975 a Porsche introduziu a primeira versão turbinada de linha do 911. Embora chamado simplesmente de Porsche 911 Turbo na Europa, ele foi comercializado como Porsche 930 (930 sendo o seu número interno) na América do Norte. O formato da carroceria é imediatamente reconhecível pelos pára-lamas mais largos, para acomodar os pneus mais largos, além de um spoiler traseiro (conhecido como "rabo de baleia" nos primeiros automóveis e como "bandeja de chá" nos modelos posteriores). Iniciando com um motor de 3.0 litros (260 PS or 191 kW), ele logo passou para 3.3 L (300 PS or 221 kW) em 1978. Os primeiros carros são notórios por um grande atraso entre pisar no acelerador e sentir a força do turbo, mesmo já tendo suficiente RPM.

Os números de produção do automóvel logo o qualificou para correr no grupo 4 da FIA, como modelo Porsche 934, em 1976. Muitos participaram das 24 horas de Le Mans ou outras corridas. A versão mais apimentada, Porsche 935, participou do grupo 5 da FIA, e evoluiu do RSR Turbo 2.1 L de 1974. Inscrito pela fábrica, venceu em Le Mans em 1979. Equipes independents continuaram a corer com esse carro por muito tempo nos anos 1980.

Conforme a demanda pelo Turbo decolava no fim dos anos 1980, a Porsche ofereceu algumas variações do modelo, incluindo uma com nariz inclinado. Entretanto, na parte mecânica o carro continuava basicamente o mesmo. Embora tais carros fossem vendidos bem mais caro do que os modelos padrão, a relutância da companhia em investir em pesquisa e desenvolvimento de toda a linha 911 da época provou-se quase fatal não só para a linha 911, mas para a firma como um todo

Apenas em seu último ano de produção o 911 Turbo foi equipado com uma caixa de marchas de cinco velocidades. Antes disso, as transmissões dos carros naturalmente aspirados (ou seja, os modelos não-turbo) não eram resistentes o suficiente para aguentar o torque dos motores turbo. Com a caixa de quatro velocidades, o 911 Turbo era capaz de passar de 200 km/h em terceira marcha!

Houve modelos turbinadas em cada geração subsequente de 911. Tração nas quarto rodas tornou-se padrão a partir da geração 993, exceto no GT2.

[editar]911 SC (1978–1983)

O "SC" do 911 SC é comumente entendido como "Super Carrera", embora a Porsche nunca tenha oficializado isso de maneira alguma. Todos os modelos do 911 adotaram o motor de 2994 cc no final de 1977. Este motor, recentemente desenvolvido pela fábrica, desenvolvendo 180 PS (132 kW), e ainda permitindo modificações que aumentavam substancialmente sua potência. Entretanto, o peso dos equipamentos adicionais nestes carros estava prejudicando um pouco a performance, quando comparado ao que um carro mais antigo (e mais leve) faria, com o mesmo motor.

Os SCs vendidos no Reino Unido poderiam ser comprados com o Pacote Sport Group, que adicionava spoiler traseiro, entrada de ar frontal e rodas Fuchs pretas.

Em 1981 um concept car cabriolet foi apresentado no Salão de Frankfurt. O carro não apenas era de carroceria aberta, como também possuía tração nas quatro rodas. No final de 1982 a versão cabriolet entrou em produção (como modelo 1983), sendo o primeiro modelo conversível oferecido pela Porsche desde o 356. Para muitos, este era um carro muito mais interessante do que o Targa, o outro modelo de carroceria aberta do 911. Porém, enquanto o Targa era vendido com preço equivalente ao do carro padrão, o cabriolet custava consideravelmente mais.

Versões conversíveis do 911 têm sido oferecidas desde então.

Em 1979 a Porsche estava planejando substituir o 911 pelo 928, porém o 911 ainda vendia bem mais do que ele. Assim, a Porsche decidiu revitalizar os 911 europeus. Estes carros (1981–1983 911 SCs) foram preparados para entregar 204 bhp à 5900 rpm dos seus motores 2994 cc. Os norte americanos precisariam esperar pelo novo 911 Carrera de 3.2 L, em 1984, antes de ver qualquer cavalo vapor extra de potência.

[editar]911 3.2 Carrera (1984–1989)

Em 1984 um novo carro, com motor de 3.2 L, substituiu o modelo SC 3.0 L. Embora vendido como "911 Carrera", ele ficou conhecido mesmo como "3.2 Carrera", na primeira vez em que a marca esportiva foi aplicada ao 911 básico. A potência foi ampliada para 231 bhp (brake horse power), freios foram melhoradas e os discos retrabalhados, para que esfriassem mais rápido; a injeção de combustível foi melhorada para aumentar a confiabilidade, e o carro como um todo ficou mais refinado. Os modelos aspirados passaram a ser disponibilizados com visual "Turbo-look" ou "Super Sport", um estilo que remetia aos modelos turbo, com para-lamas maiores e o spoiler "rabo de baleia", embora nada disso significasse mudanças na mecânica.

Em 1987, o Carrera ganhou uma transmissão de cinco marchas da Getrag, modelo G50. Este modelo incluía uma embreagem automática.

O 911 Speedster, uma versão de teto rebaixado do Cabriolet - fazendo alusão ao Porsche 356 Speedster dos anos 1950 - foi produzido em série limitada. O Carrera Club Sport de 1987 (340 produzidos) é muito valorizado por colecionadores. Era desprovido de janelas elétricas, assentos com regulagem elétrica ou mesmo rádio, para economizar cerca de 50 kg no peso. O motor tinha rotações por minuto mais altas, e desenvolvia um pouco mais de potência.

[editar]Série 964 (1989–1993)

No final de 1989, o 911 passou para uma nova etapa em sua história, com a introdução do Type 964.

Baseado nas muitas inovações do 959, este seria um carro muito importante para a Porsche, uma vez que a economia global passava por um período de recessão, e a Porsche não podia mais contar apenas com sua imagem para vender automóveis.

Lançado como Carrera 4, o "4" do nome indicava tração nas quarto rodas, uma decisão que surpreendeu muitos mas demonstrou o compromisso da firma com a engenharia, lembrando os compradores que corridas e engenharia de rallyes (no caso do 959) afeta sim os carros de rua. O coeficiente aerodinâmico foi reduzido para 0.32. Um spoiler traseiro erguia-se a altas velocidades, preservando a pureza das formas no resto do tempo. O chassi foi redesenhado como um todo. Suspensão com molas, freios ABS e direção assistida fizeram sua estréia. O motor foi levado à 3600 cc e desenvolvia 250 PS (184 kW). O carro ficou mais refinado, mas, de acordo com alguns jornalistas especializados, perdeu a pureza do conceito 911. A versão de tração traseira, a Carrera 2, chegou um ano mais tarde.

Em 1989, a Porsche introduziu a transmissão automática Tiptronic, considerada à frente de seu tempo, no Carrera 2. Apresentava gerenciamento eletrônico e controle manual total. O 964 foi um dos primeiros carros do mundo a apresentar airbags duplos de fábrica (a partir de 1991).

Em 1992, a Porsche re-introduziu a versão limitada do modelo RS, inspirado pelo Carrera RS de 1973, e em desacordo com os padrões de emissão americanos. Apelos dos consumidores americanos resultaram no RS America, dos quais 701 foram construídos (embora fosse um modelo diferente do europeu, que era homologado para competições). O RS 3.8 de 1993 tinha carroceria no estilo do Turbo, um spoiler rabo de baleia fixo na traseira no lugar do spoiler variável, e 300 PS (221 kW), vindos de um motor de 3746 cc.

Já que o RS/RS America foi planejado como uma versão espartana e mais potente do 964, haviam apenas 4 opções de fábrica disponíveis: um diferencial com deslizamento limitado, toca fitas AM/FM estéreo, ar condicionado e teto solar. O interior era mais espartano do que o 911 padrão; por exemplo, os painéis das portas não possuíam descanso de braço ou porta-trecos, e possuíam apenas um puxador simples como mecanismo de abertura. Embora um RS America fosse cerca de US$ 10.000,00 mais barato do que um Carrera 2 completo, a realidade no mercado atual de usados é inversa, com um RS Europa cerca de US$ 20.000,00 mais caro do que um Carrera 2.

[editar]964 Turbo (1990–1993)

A encarnação turbo do 964 voltou em 1990, com airbags duplos de série. A princípio utilizava um motor 3.3 L, da versão Turbo anterior, mas dois anos após passou a adotar um motor turbo baseado no motor 3.6 L usado nas outras versões.

Este carro por vezes é erroneamente chamado de 965 (este era o código de um projeto abortado, um superesportivo hi-tech na linha do 959) Nos modelos 1991 e 1992, a Porsche produziu o 964 Turbo com o clássico motor do 930, de 3.3 L, melhorado para produzir 320 PS (235 kW). Em 1993 surgiu o motor 3.6 L, o mesmo dos Carrera 2/4, porém turbinado, produzindo impressionantes 360 PS (265 kW) nas rodas traseiras. Com o modelo 993 a caminho, este modelo produzido em 1994 tornou-se bem raro.

[editar]Série 993 (1993–1998)

O 993 de meados dos anos 1990 possuía uma carroceria mais suave. Esta é a versão GT2, de peso reduzido.

O 911 foi novamente revisado em 1993, sendo agora conhecido como Tipo 993. Este carro é notável por ser o ultimo 911 refrigerado à ar, lançado em 1964.

O exterior apresentava a traseira e a dianteria bastante modificadas, onde apenas o pára-brisa, as janelas laterais e portas permacenendo do 964. A reestilização deixou o design mais suave, com uma frente visivelmente mais aerodinâmica, lembrando a do 959. O estilo foi assinado pelo ingles Tony Hatter, sob supervisão do chefe de design da marca, Harm Lagaay.

Juntamente com a carroceria modificada, o 993 apresentava uma suspensão traseira multilink inteiramente nova, que melhorava o manuseio do carro.

A nova suspensção, assim como os refinamentos no chassis, permitiram ao carro se manter competitivo. A capacidade do motor permaneceu em 3.6 L, mas a potência aumentou para 272 PS (200 kW) graças a um melhor gerenciamento do motor e do escapamento. A partir do modelo 1996, a potência passou para 286 PS (210 kW). Um novo modelo de tração nas quatro rodas voltou a ser oferecido com o Carrera 4, enquanto os tradicionais modelos de tração traseira eram chamados apenas de Carrera. Uma versão de peso reduzido chamada RS teve o motor expandido para 3.8 L, com a potência chegando aos 300 PS (221 kW). A versão RS possuía tração traseira.

Versões aspiradas apareceram utilizando o visual do modelo turbo e alguns outros components (os Carrera 4S e posteriormente o Carrera S).

O modelo Targa também retornou, dessa vez com um grande teto de vidro que deslizava para baixo da janela traseira.

As versões Targa e as com visual Turbo permaneceram em produção até 1998, quando o inteiramente novo Porsche 996 foi lançado, como sucessor da linha 993.

[editar]993 Turbo (1995–1998)

Uma versão turbo do 993 foi lançada em 1995, tornando-se o primeiro Porsche de série com turbochargers duplos, e o primeiro 911 Turbo a possuir tração nas quarto rodas. A semelhança nas especificações e performance inspiraram vários testes de comparação frente ao Porsche 959 (ex. Car and Driver, julho de 1997, p. 63).

Para obter uma versão Turbo com tração traseira, era necessário recorrer a versão GT2, mais poderosa e homologada para as corridas, porém com interior absolutamente espartano e (obviamente) muito mais caro.

[editar]Motores à água (1998–Presente)

[editar]Série 996 (1998–2004)

996 Carrera 4S.

Depois de 34 anos em produção, o famoso motor refrigerado à ar do 911 foi substituído por um modelo inteiramente novo, refrigerado à água. Sob a designação interna 996, esse carro foi um salto para a Porsche, embora muitos dos aspectos que fizeram do 911 o que ele foi nos 34 anos anteriores ainda continuassem presentes. Assim como o 993 antes dele, o 996 foi um modelo importante, mas principalmente pela maneira pela qual foi concebido e desenhado, e pelo efeito que teve na Porsche durante os anos 1990.

Puristas criticaram bastante o estilo do 996, principalmente porque ele compartilhava os faróis – na verdade muito da sua parte dianteira, mecanicamente – com o modelo mais baratoBoxster. O 996 foi projetado primeiro e era um carro mais avançado em alguns aspectos, mas a economia de custos pareceu inapropriada em um carro tão caro quanto este. De resto, as formas traçadas pelo designer Pinky Lai seguiam o desenho original de Butzi Porsche fielmente. O interior sofreu ainda mais críticas por sua monotonia e pela falta de relação com os modelos 911 anteriores, embora tal crítica tenha vindo principalmente de proprietários de 911 mais antigos.

O 996 deu origem a mais de uma dúzia de variações, incluindo o modelo 4x4 Carrera 4 e Carrera 4S, o modelo de corrida GT3, e os turboalimentados 996 Turbo e GT2. O Turbo, 4x4 e twin-turbo, freqüentemente aparecia nas listagens de melhores carros do mercado.

O Carrera e o Carrera 4 passaram por pequenas revisões em 2002, recebendo o farol e setas originalmente vistos na versão Turbo de dois anos antes. Isso permitiu ao 911 se diferenciar mais do Boxster. Uma dianteira levemente reestilizada foi também introduzida, embora a arquitetura básica tenha permanecido.

Seu motor era um 3.4 L com 300 PS (221 kW), aumentado em 2002 para 3.6 L e 320 PS (235 kW).

[editar]996 GT3 (1999–2004)

996 GT3 RS.

A Porsche apresentou uma versão de rua do GT3, derivada diretamente da versão de competição. Conhecido simplesmente por GT3, o carro apresentava materiais leves dentro e fora, inclusive com janelas mais finas. Mais leve do que os 911 normais, ele foi planejado para melhor dirigibilidade e performance. A suspensão era mais baixa e dura comparada aos outros 996, levando a um ótimo manejo e a um ótimo raio de curva, sendo um carro bem firme. De maior significância era o motor usado no 996. Ao invés de utilizar uma versão dos motores à água dos outros 996, ele usava um motor aspirado derivado do protótipo de corrida Porsche 911 GT1-98, que usava materiais leves em sua composição, permitindo uma maior taxa de rotações por minuto.

[editar]996 Turbo (2000–2004)

996 Turbo X50.

Em 2000, a Porsche lançou a versão turbo do 996. Assim como o GT3, o novo motor turbo derivou daquele do 911 GT1 de 1998 e, assim como seu predecessor, era bi-turbo e desenvolvia 420